" Onde seus olhos estão
as lupas desistem.
O túnel corre, interminável
pouso negro sem quebra
de estações.
Os passageiros nada adivinham.
Deixam correr
Não ficam negros
Deslizam na borracha
carinho discreto
pelo cansaço
que apenas se recosta
contra a transparente
escuridão."
Ana C. Cesar.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
sábado, 18 de setembro de 2010
"O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa era
a imagem de um vidro mole que fazia uma volta atrás de casa.
Passou um homem depois e disse:essa volta que o rio faz por trás de sua casa se chama enseada.
Não era mais mais a imagem de uma cobra de vidro que fazia uma volta atrás da casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem."
a imagem de um vidro mole que fazia uma volta atrás de casa.
Passou um homem depois e disse:essa volta que o rio faz por trás de sua casa se chama enseada.
Não era mais mais a imagem de uma cobra de vidro que fazia uma volta atrás da casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem."
Manoel de Barros
O livro das ignorãças.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
"— Abraça tua loucura antes que seja tarde demais — ele disse, e seus olhos tinham a cor do mar. Tinham a cor exata de quem por muito tempo, todas as horas, todos os dias de muitos meses e anos, olhou detidamente o mar, acompanhando o vôo das gaivotas, interrompendo-se em rochedos, nivelando-se ao movimento incessante das ondas. Verdes de um verde movediço entre o denso do vidro e o suave da hortelã recém-plantada, líquidos como água móvel, interior de gruta, rasos de pedras claras. Visíveis, os olhos vivos do marinheiro me olhavam molhados pela chuva, vértice de um novo movimento para onde eu convergia inteiro.
Para olhá-lo, também eu precisava de certa loucura. Essa, que me indicava. A mesma a que me tenho negado em susto, atravessando cotidianos de monótonos côncavos deliberados, movendo-me pelos labirintos coloridos desses interiores sempre previstos, embora absurdos."
Para olhá-lo, também eu precisava de certa loucura. Essa, que me indicava. A mesma a que me tenho negado em susto, atravessando cotidianos de monótonos côncavos deliberados, movendo-me pelos labirintos coloridos desses interiores sempre previstos, embora absurdos."
Caio F. Abreu.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
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